Conheça Fukuoka

Fukuoka – A Locomotiva de Kyushu

Uma das mais dinâmicas províncias do Japão, Fukuoka é o motor econômico da ilha de Kyushu. Parte importante do desenvolvimento do Japão desde a Antiguidade, a província também é um dos polos históricos e culturais do país. Vamos  te levar para conhecer as principais atrações turísticas da província. Vem com a gente! Maior cidade da província, Fukuoka é, também, a maior área urbana da ilha de Kyushu e uma das mais importantes do Japão. Pela proximidade com o continente — Fukuoka é mais perto de Seul do que de Tóquio —, a cidade se desenvolveu em torno de intensas trocas culturais e comerciais. Isso se traduz hoje numa metrópole dinâmica e repleta de atrações, que costuma surpreender e encantar os visitantes.


Bem no centro ficam as ruínas do Castelo de Fukuoka, num parque que foi nomeado a partir do apelido dado à antiga construção: Maizuru. Destruído no início do Período Meiji, de acordo com a política do Imperador de apagar todos os vestígios do xogunato, o castelo era a maior construção do tipo em Kyushu. Sobreviveram, no entanto, alguns portais, à base de pedra do castelo e uma parte do fosso que existia no entorno. Ainda assim, o parque é uma das principais atrações da cidade na época da floração das cerejeiras, no final de março ou início de abril. Aqui, os locais costumam fazer o hanami, a observação das flores, quase sempre acompanhada de um piquenique.

Vizinho ao Maizuru fica o Parque Ohori, que cerca um lago que fazia parte do fosso do castelo. (Aliás, ohori quer dizer ‘grande fosso’.) Com cerca de 2 quilômetros de circunferência, o parque é conhecido pela sua construção em estilo chinês, com três pequenas ilhas no meio fosso conectadas por belas pontes. É o tipo de lugar que os japoneses chamam de instabae, ou seja, instagramável.


Na área próxima ao lago, fica um dos principais espaços culturais da cidade, o Museu de Arte de Fukuoka, que tem uma variada coleção que vai de estátuas budistas do século 11 até obras de pintores europeus, como Joan Miró e Salvador Dalí. Outro espaço a ser visitado é o Jardim Japonês, com suas casas de chá e outras representações. Não muito distante do jardim, fica o Santuário Gokoku, com seu enorme portal de pedra.

Comida de rua
A atração mais conhecida de Fukuoka é, sem dúvidas, os yatai — barraquinhas de lona com poucos lugares. Aqui é possível conhecer o melhor da gastronomia popular da cidade. Existem yatai espalhados por diversos pontos do centro de Fukuoka, mas o mais conhecido fica em Nakasu, uma ilha no Rio Naka, perto do desembocadouro e no porto da cidade. Ali se pode comer yakitori (espetinho grelhado de frango), oden (caldeira de legumes e outros elementos) e o famoso hakata lámen, uma especialidade local.


Feito com um macarrão fino, esse estilo de lámen leva caldo de porco tonkotsu, além dos elementos de cobertura como o ovo cozido marinado e o lombo de porco char-siu. Quem ama lámen também não fica de barriga vazia. No universo do hakata lámen existe a cultura do kaedama, ou seja, pedir uma porção extra de macarrão para completar a sopa. Uma maravilha!

Competição tradicional
Se houvesse uma Olimpíada no período feudal, o esporte japonês por excelência seria representado por times de Fukuoka. A cidade organiza anualmente o Hakata Gion Yamakasa, um festival tradicional que tem como base uma competição de andores que tem mais de 700 anos de história. Sete grupos do distrito de Hakata percorrem as ruas da cidade com um andor, que pesa cerca de uma tonelada.


Chamadas em japonês de yamakasa, essas alegorias são divididas em dois tipos. Os kazariyama têm cerca de 13 metros de altura e eram usados nas competições no passado, antes da difusão dos cabos de luz elétrica pela cidade. Então, eles ficam parados em algumas partes da região de Hakata, no entorno do Santuário Kushida, que organiza o evento.
Já os kakiyama são os andores usados na competição em si. Eles não têm rodas e trazem sempre uma alegoria principal, além de seis pessoas que vão sentadas, como se estivessem numa grande carruagem. Por volta de uma dúzia de outros participantes carregam o andor nos ombros, o mais rápido que conseguem. Um grupo de “reservas” corre ao lado dos colegas, os substituindo ao longo da jornada de 4km, cheia de curvas.
O festival rola em julho e, já no primeiro dia do mês, os kazariyama são instalados para o público. A competição nas ruas da cidade rola no dia 15, mas nos dias 12 e 13, os participantes fazem dois treinos, respectivamente, no percurso completo e outro do bairro de Tenjin até a prefeitura, onde o alcalde recebe os competidores. Na data da competição, o primeiro grupo larga pontualmente às 4:59 da manhã e cada percurso leva cerca de 30 minutos para ser realizado.

CIDADE HISTÓRICA
Pouca coisa em Dazaifu diz que esta pacata histórica foi o centro político da ilha de Kyushu por cerca de 5 séculos. Na época em que Hakata, hoje parte de Fukuoka, era o principal porto da região, era em Dazaifu que se tomavam as decisões diplomáticas da corte com relação aos vizinhos do continente e as defesas do país. Dazaifu é repleta de belos templos e construções antigas, além de um excelente e ultramoderno museu histórico.

Sem dúvidas, o mais conhecido espaço religioso da cidade é o Santuário Tenmangu, dedicado a Tenjin, a divindade do saber e da escolaridade, que antes de ser “canonizado” era um influente pesquisador, professor e poeta. Sugawara no Michizane serviu à corte em Kyoto por muitos anos, em diversos cargos de alto prestígio, ao longo do século 9. No entanto, a ascensão ao trono de um novo imperador fez com que Sugawara caísse em desgraça e o homem acabou sendo exilado em Dazaifu, onde morreu.

Sua vida — e sua morte — originaram diversas lendas. Uma delas é chamada de Tobiume a história de uma ameixeira voadora. Sugawara tinha devoção por uma ameixeira que existia perto do lugar em que ele morava em Kyoto. Ao se despedir da cidade, rumo ao exílio, o homem chegou a compor um belo poema para a árvore.

Quando soprarem os ventos do oeste
espalha o teu perfume, ó flor de ameixeira
Mesmo que teu mestre se tenha ido,
nunca te esqueças da primavera

Tempos depois, conta a lenda, uma ameixeira semelhante a que ele deixou em sua cidade natal nasceu e cresceu bem próximo do local onde Sugawara vivia em Dazaifu. Passou-se a acreditar, então, que a ameixeira de Kyoto tenha voado até encontrar seu mestre, a mais de 500 quilômetros de distância.
Quando Sugawara morreu, a então capital japonesa entrou em colapso por causa de uma peste e de outros problemas. A população, então, passou a acreditar que o homem fora exilado mesmo sendo inocente. Assim, a corte decidiu construir um santuário para apaziguar a sua alma, o Kitano Tenmangu de Kyoto, onde um festival para as ameixeiras é realizado anualmente. Décadas depois, Sugawara foi “canonizado” e passou a ser considerado uma divindade. Em Dazaifu, no local de sua tumba, foi construído um santuário que ganhou o nome de Dazaifu Tenmangu. Em meados de fevereiro, as 6 mil ameixeiras do espaço ficam floridas, um espetáculo em homenagem a um homem que, em vida, valorizou os saberes e soube apreciar as coisas belas da vida.

Casa do saber
Não muito distante do Dazaifu Tenmangu, fica o Museu Nacional de Kyushu, um excelente espaço para quem quer aprender mais sobre a história do Japão. Apesar de sua aparência ostentatória, toda envidraçada é envolvida em linhas de concreto azuis; o museu tem uma enorme coleção e a exposição aproveita de vários recursos, inclusive audiovisuais, para informação ao público. No espaço Ajippa, por exemplo, games e objetos que podem ser tocados contam a história de culturas da Ásia de forma atraente para os pequenos. As informações também são dispostas em inglês, o que pode ajudar quem não lê em japonês.

AO NORTE E AVANTE
Como o nome da própria cidade já entrega, Kita-kyushu é a cidade mais setentrional da província de Fukuoka e da ilha de Kyushu. Kita, em japonês, significa “norte”. Formada, em 1963, pela fusão de quatro municípios, Kita-kyushu é a locomotiva industrial da província. Sua localização privilegiada, numa das pontas do estreito que separa as ilhas de Kyushu e Honshu, fez com que a região se desenvolvesse ao longo dos séculos, também como porto marítimo. A importância industrial da localidade era tamanha que Kokura, uma das antigas cidades que formam a atual Kita-kyushu, era o alvo inicial da bomba atômica que os americanos acabaram lançando sobre Nagasaki por causa do mau tempo na região.O Porto de Moji é um dos lugares mais charmosos da cidade. Chamado em japonês de Moji-ko, ele floresceu no século 19, durante a industrialização ocorrida no Período Meiji (1869 – 1912). Isso se reflete nas construções em estilo ocidental da área. Vários deles são abertos ao público, transformados em cafés, restaurantes e livrarias. A Antiga Alfândega do porto, por exemplo, virou uma galeria de arte, com exposições gratuitas. Bem ao lado fica o Observatório Mojiko Retro, construído num prédio modernoso, mas que oferece uma vista sensacional do porto e do estreito de Kanmon.

Castelo reconstruído
Em 1866, já no embalo do fim do xogunato, o Castelo de Kokura foi incendiado e completamente destruído. Dificilmente ele teria outra sorte se o fogo não tivesse lhe dado um fim. Não muito longe dali, o já comentado Castelo de Fukuoka foi ao chão, como muitas outras construções relacionadas ao xogunato, a mando do imperador Meiji.
No entanto, a população de Kokura não se resignou. Em 1959, o castelo foi reconstruído, desta vez em ferro e concreto para não correr riscos. No seu entorno, foi construído quatro décadas depois, um belo jardim japonês que pode ser admirado de uma enorme varanda de tatami. A revitalização do espaço do antigo castelo se completa com as cerejeiras que também ficam em flor no final de março e no início de abril, tornando o Parque Katsuyama, fundado na área do antigo castelo, um dos mais disputados pontos de observação das flores em Kitakyushu..


Parque MaizuruEndereço: Fukuoka-ken Fukuoka-shi Chuo-ku Jonai 1.https://goo.gl/maps/rqyrgbLMF2C1TiGj6

Parque OhoriEndereço: Fukuoka-ken Fukuoka-shi Chuo-ku Ohori Koen 1.
https://goo.gl/maps/oem1wzB31aAsJQEu5

Museu de Arte de Fukuoka
Endereço: Fukuoka-ken Fukuoka-shi Chuo-ku Ohori Koen 1-6.
Horário: das 9 às 17:30 (entrada até as 17:00).www.fukuoka-art-museum.jp
https://goo.gl/maps/weZ238QDfsiCeZ4E6

Yatai de NakashuEndereço: Fukuoka-ken Fukuoka-shi Hakata-ku Nakasu 8.
Santuário Dazaifu TenmanguEndereço: Fukuoka-ken Dazaifu-shi Saifu 4-7-1.
www.dazaifutenmangu.or.jpEntrada franca (com exceção dos museus).
https://goo.gl/maps/9wz57mxVL3e4hTM9A

Museu Nacional de KyushuEndereço: Fukuoka-ken Dazaifu-shi Ishizaka 4-7-2.Valor: ¥700 adultos, ¥350 estudantes universitários, gratuito para estudantes de níveis inferiores.Horário: das 9 às 17:00 (entrada até as 16:30; fechado às segundas-feiras que não forem feriado nacional, neste caso, o museu fecha na terça).www.kyuhaku.jphttps://goo.gl/maps/cFwdKhMDEL1KYw93A

Porto de MojiEndereço: Fukuoka-ken Kitakyushu-shi Moji-ku Mojiko.
Observatório Moji RetroEndereço: Fukuoka-ken Kitakyushu-shi Moji-ku Higashi-Minatomachi 1-32.Valor: ¥300.Horário: das 10 às 22 horas (entrada até as 21:30).
https://goo.gl/maps/kRXwDErFcRrXpL6SA

Castelo de KokuraEndereço: Fukuoka-ken Kitakyushu-shi Kokura-ku Jonai 2-1.
Valor: ¥350 (um tíquete combinado de ¥700 permite o acesso ao castelo, ao jardim e ao vizinho Museu Memorial de Matsumoto Seicho).Horário: das 9 às 17 horas (estendido até as 18 horas em certas épocas do ano).
https://goo.gl/maps/RLzBAtmbCm8meRSY9

Jardim do Castelo de Kokura
Endereço: Fukuoka-ken Kitakyushu-shi Kokura-ku Jonai 1-2.
Valor: ¥350 (um tíquete combinado de ¥700 permite o acesso ao castelo, ao jardim e ao vizinho Museu Memorial de Matsumoto Seicho).Horário: das 9 às 17 horas (estendido até as 18 horas em certas épocas do ano).
https://goo.gl/maps/4u747BZws4iXAUhNA

 

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